sábado, 22 de maio de 2010

Projeto de Aprendizagem X Aprendizagem por projetos

Revendo minhas arquiteturas pedagógicas e lendo alguns artigos fiquei em dúvida, fui pesquisar e compartilhei com a tutora Celi, que também trocou ideias com a tutora Simone Bicca.
Quando falo em aprendizagem por projetos e projetos de aprendizagem entendo que não são a mesma coisa. No entanto fui pesquisar na net e algumas postagens e artigos que li me deixaram em dúvidas, pois os autores ora mencionam projeto de aprendizagem, ora mencionam aprendizagem por projetos.
Em minhas arquiteturas pedagógicas eu já havia descrito as duas desta forma:
Aprendizagem por projetos: Como já citei na Introdução gosto do trabalho por projetos, este traz aspectos positivos e desafiadores, em que diferentes caminhos determinarão a construção da aprendizagem. Segundo John Dewey, a aprendizagem por projetos favorece a criação de estratégias de organização dos conhecimentos escolares em relação ao tratamento da informação, a relação entre os diferentes conteúdos em torno de problemas ou hipóteses que facilitam aos alunos a construção de seus conhecimentos, a transformação da informação consequente dos diferentes saberes disciplinares em conhecimento próprio.
Projeto de aprendizagem: As dúvidas temporárias e as certezas provisórias são conhecimentos prévios relacionados com a questão de investigação e devem oferecer suporte à busca por uma resposta. Buscar esclarecimento para as dúvidas, comprovação ou refutação para as certezas e com isso construir uma resposta a partir de uma articulação entre esses saberes para que se possa chegar a um denominador comum eficaz e com qualidade, gerando assim idéias inovadoras que levem o projeto adiante pode trazer mais incertezas e balançar ainda mais as certezas e dúvidas num movimento complexo de apropriação do conhecimento. Então desta forma a visão construtivista, o aluno constrói representações por meio de sua interação com a realidade, as quais irão construir seu conhecimento, processo insubstituível e incompatível com a idéia de que o conhecimento possa ser adquirido ou transmitido. Assim como afirma o professor e psicólogo Fernando Becker: "É a pessoa que constrói o seu próprio conhecimento."

Com o auxílio das tutoras que esclareceram a diferenciação e mostraram-me que estava interpretando-os de forma correta:

"Ambas propostas podem estar amparadas em uma visão construtivista, a diferença fundamental é que na aprendizagem por projetos geralmente é realizada a partir de uma temática, que pode ser escolhida pelo professor e pelo grupo, e não necessariamente partir de uma questão de investigação como no projeto de aprendizagem. Um bom exemplo foram os trabalhos desenvolvidos em Psicologia, que foram aprendizagem por projetos, ou seja, cada grupo escolheu uma temática dentro da disciplina para desenvolver, já no PA, do SI, cada aluno escolheu uma pergunta e depois os grupos foram organizados por similaridades entre as perguntas. Ou seja, não é tema, é questão de investigação."

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Pensando em arquiteturas pedagógicas...

Desenvolvendo neste período do estágio três arquiteturas pedagógicas distintas: metodologia de alfabetização Alfa e Beto, Projeto de Aprendizagem e Aprendizagem por projetos. Percebo que ambos são aceitos pelos alunos, mas que reagem diferentemente a cada arquitetura.
A metodologia de Alfabetização Alfa e Beto começa a apresentar os resultados com relação à escrita e leitura, no entanto neste ano sinto, assim como os alunos, que está num estágio bastante complexo para o início do processo de alfabetização. Este é o segundo que estamos no programa Alfa e Beto, mas no ano passado esta etapa em que estamos agora iniciou-se em agosto.
O Projeto de Aprendizagem agora está tomando forma, sinto que os alunos voltaram seu interesse para os contos de fadas através do filme “Xuxa em O mistério de Feiurinha”, bem como trazem em si certezas e dúvidas com relação às histórias. Este processo de comprovação e certificação acerca dos conhecimentos prévios da turma é muito prazeroso, pois já debatem as questões levantadas sobre as histórias lidas, ouvidas e sobre os dois filmes assistidos.
A Aprendizagem por projetos já bem voltada às atividades práticas desperta grande interesse pela turma, pois realizamos atividades voltadas ao projeto “Quem eu sou”. Este projeto abre um leque de atividades pedagógicas e jogos construídos para apoiar o trabalho, pois os alunos tem grande necessidade de brincar, e, acredito que trabalhar com elementos da realidade dos alunos desperta-lhes mais interesse.

terça-feira, 4 de maio de 2010

O lúdico e a aprendizagem

Os alunos adoram brincar, tem muito presente o jogo, o brinquedo em seu dia-a-dia. Quando terminam suas atividades vão direto aos brinquedos da sala. Assim, criamos fichas com os nomes e fotos que já usamos para um jogo de caracterização e pistas para descobrir de que colega se está falando. O jogo possibilita ao grupo refletir sobre as características pessoais, bem como da identificação de cada um, bem como há necessidade da oralização e expressão com o grande grupo.
Neste jogo os alunos fizeram muito uso das letras e sons iniciais do que de características físicas, acredito que seja o processo de letramento presente no dia-a-dia dos alunos que lhes facilita a forma de identificação de um colega.
Assim desenvolvemos práticas de leitura, escrita e oralidade no contexto social, em que se percebe a presença e a importância do brincar, pois a criança brinca com a realidade e encontra um jeito próprio de lidar com ela, assim também a criança traz suas vivências em sua criação.
As crianças em fase inicial da alfabetização, que ainda não leem, incorporam o uso das letras e sons para dar conta do que se fala, assim percebi que quando não conheciam a letra ou som inicial tinha a necessidade de saber letras ou sons para identificar o colega, dizendo então parte do nome.
As crianças vão dando sentido, nas diferentes instituições sociais (família, educação infantil, escola, etc.), que consignam ao sujeito diferentes papéis e possibilidades: o daquele que pode ler e escrever ou fazer de conta que lê e escreve e o daquele que não o pode porque não o sabe. É na presença ou na ausência do brincar de ler para a criança (jogos de contar), no brincar de ler com a criança, no brincar de desenhar e escrever (jogos de faz-de-conta) que se reencontra o sentido social da escrita.
Assim vejo presente o letramento, pois a criança não está alfabetizada, mas já faz uma leitura de mundo, traz consigo o pen­samento mágico. A fala antecede ou tem prece­dência sobre a escrita. Nessa relação de desenvolvimento da linguagem há a presença do letramento.
Venho confirmar mais uma vez que o letramento e a alfabetização são dois processos complexos que vão se concretizando à medida que fazem sentido para o aluno, mesmo que brincando.