domingo, 7 de junho de 2009

Bullying...

Hoje, vemos o poder da mídia entrando em nossas escolas, tanto a novela retrata situações de bullying, que como forma de modismo, de chamar a atenção é que vem sendo adotado pelos alunos, fazendo filmes e divulgando-os na internet. O bullying compreende todas as formas de maneiras agressivas, intencionais e repetitivas, que ocorrem sem motivo evidente e são tomadas por um ou mais estudantes contra outro, causando traumas, e são executadas dentro de uma relação desigual de poder.
A prática de atos agressivos e humilhantes de um grupo de estudantes contra um colega, sem motivo aparente. O termo bully significa brigão, valentão. Trata-se de um problema complexo e de causas múltiplas. Portanto, cada escola deve desenvolver sua própria estratégia para reduzi-lo. A única maneira de se combater o bullying é através da cooperação de todos os envolvidos: professores, funcionários, alunos e pais. As medidas tomadas pela escola para o controle do bullying, se bem aplicadas e envolvendo toda a comunidade escolar, contribuirão positivamente para a formação de costumes de não a violência na sociedade.O texto de Adorno é um alerta para a sociedade e para os educadores. É preciso refletir sobre o tipo de ser humano que nosso sistema social está gerando e formando. Somente a reflexão crítica e filosófica pode impedir que as pessoas cheguem a ponto de repetir atrocidades, que sejam devotas e se submetam a ideologias de intolerância de qualquer ordem. Repensar a realidade educacional, questionar as políticas educacionais embutidas de ideologias impostas como corretas e intocáveis é tarefa do educador consciente.
Quando a realidade educacional e cultural se torna endurecida e inflexível fica em total descompasso com a sensibilidade de ser “humano”. Questionando os papéis e as condições da família, da escola, da mídia, do sistema, da política governamental poderemos chegar às respostas para os fracassos educacionais. De tudo isso, o mais importante é a tomada de consciência de que cada acontecimento de barbárie não se resume apenas ao ato de sua consumação, mas envolve outras questões que criaram a possibilidade para que ele viesse a acontecer.Adorno sugere os esportes, jogos lúdicos, sem o propósito competitivo, mas do convívio solidário e de equipe, onde as forças são somadas para o cumprimento de uma meta comum. Despertar a sensibilidade e inibir a brutalidade por meio das artes em geral como formas de expressões culturais que quando despertadas elevam e sintonizam ao humano à sua essência interior. Repensar a escola é humanizá-la, direcioná-la para o caminho da cooperação, do diálogo, do entendimento, do apoio a posturas sensatas e conciliatórias. Através das relações interpessoais, que mexem com a emoção e geram laços afetivos se consegue uma ação transformadora e humanizadora. Se for necessário, que se ensine a “ser” e a se “conhecer”, ao invés de ensinar pacotes de conteúdos e conhecimentos.Uma sociedade educacional é aquela que cria vínculos, que valoriza as diferenças e resgata as identidades perdidas. A escola humanizada é solidária, é espaço de socialização, de convivência harmônica e de preservação da vida plena para que Auschwitz nunca mais se repita. Vale lembrar que já na Antiguidade, os sábios Sócrates e Platão, concordavam que o objetivo máximo da Educação era despertar o corpo e a alma para a beleza, a virtude, o amor, a verdade, o bem...

EDUCAÇÃO APÓS AUSCHWITZ

O mundo agora “globalizado” e civilizado, onde predomina a ideologia capitalista está correndo sérios riscos.
Atualmente, o indivíduo, sujeito ao imediatismo, ao consumismo e ao individualismo desenfreado, no entanto como preparar a pessoa para esses descaminhos? O que a educação pode fazer pela pessoa? O que devemos cultivar como valores? Que sementes devem ser plantadas para que a pessoa seja mais humana e não desumana?
Onde teria ocorrido tamanha falha na formação daqueles homens que se prestou a tanta crueldade? Na sociedade? Na família? Na escola? Nesse conjunto social?
Já as escolas, cada vez mais se assemelham a prisões, prédios mal planejados, danificados, grades por toda parte, frieza de concreto, salas abafadas e lotadas de alunos. Será que esse ambiente propicia o despertar da sensibilidade e da criatividade para uma aprendizagem transformadora?
É preciso repensar a escola urgentemente. Adorno nunca foi tão atual, retomar esse assunto é fundamental para evitar “minis-auschwitzes” nacionais. No nosso cotidiano, deixam-me perplexa —como disse no início— as brigas, os ódios, a falta de discernimento, a ausência da capacidade de análise crítica, a perda do diálogo.
Falar de Auschwitz e desse cotidiano de dor a que devemos resistir, não para ingenuamente comparar o antes e o agora e concluir se já foi pior, nem para dizer que é igual, trata-se de crimes contra a humanidade, trata-se de tentativas de eliminar o diferente.
Educar contra a barbárie significa recuperar a história e as histórias guardadas e esquecidas, estabelecendo uma outra relação com a tradição; significa colocar o presente numa situação crítica e compreender que o passado não precisaria ter sido o que foi o presente pode ser diferente do que é e que, portanto, é possível mudar o futuro.
Por vezes é também muito difícil para nós acreditarmos no que vemos e vivemos, é difícil acreditar que a barbárie é presente e que é urgente educar contra ela, o que nos impõe em primeiro lugar a necessidade de aceitação do outro. Reconhecimento da opressão, capacidade de resistência e utopia de uma sociedade justa e sem discriminação de nenhuma espécie, sem exclusão,...

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Concepções de índio

A denominação índio ou indígena, segundo os dicionários da língua portuguesa, significa nativo, natural de um lugar. São também o nome dado aos primeiros habitantes (habitantes nativos) do continente americano, os chamados povos indígenas. Mas esta denominação é o resultado de um mero erro náutico. O navegador italiano Cristóvão Colombo, em nome da Coroa Espanhola, empreendeu uma viagem em 1492 partindo da Espanha rumo às Índias, na época uma região da Ásia. Castigada por fortes tempestades, a frota ficou à deriva por muitos dias até alcançar uma região continental que Colombo imaginou que fossem as Índias, mas que na verdade era o atual continente americano. Foi assim que os habitantes encontrados nesse novo continente receberam o apelido genérico de “índios” ou “indígenas” que até hoje conservam. Deste modo, não existe nenhum povo, tribo ou clã com a denominação de índio. Na verdade, cada “índio” pertence a um povo, a uma etnia identificada por uma denominação própria, ou seja, a autodenominação, como o Guarani, o Yanomami, etc.
Quando era criança e falávamos em índios, logo eu pensava em gente nua na mata, gente agressiva ou ainda em pessoas pobres pedindo esmola nas cidades. Muito errado, pois lendo o texto entendo que não existem índios, mas povos, isto é, conjunto de pessoas unidas por uma história, uma cultura, uma língua comum, que as diferenciam umas das outras. São povos nativos ou originários, porque foram os primeiros habitantes deste continente.
Com o surgimento do movimento indígena organizado a partir da década de 1970, os povos indígenas do Brasil chegaram à conclusão de que era importante manter, aceitar e promover a denominação genérica de índio ou indígena, como uma identidade que une, articula, visibiliza e fortalece todos os povos originários do atual território brasileiro e, principalmente, para demarcar a fronteira étnica e identidária entre eles, enquanto habitantes nativos e originários dessas terras, e aqueles com procedência de outros continentes, como os europeus, os africanos e os asiáticos. A partir disso, o sentido pejorativo de índio foi sendo mudado para outro positivo de identidade multiétnica de todos os povos nativos do continente. De pejorativo passou a uma marca identidária capaz de unir povos historicamente distintos e rivais na luta por direitos e interesses comuns. É neste sentido que hoje todos os índios se tratam como parentes. O termo parente não significa que todos os índios sejam iguais e nem semelhantes. Significa apenas que compartilham de alguns interesses comuns, como os direitos coletivos, a história de colonização e a luta pela autonomia sociocultural de seus povos diante da sociedade global.