domingo, 7 de junho de 2009

EDUCAÇÃO APÓS AUSCHWITZ

O mundo agora “globalizado” e civilizado, onde predomina a ideologia capitalista está correndo sérios riscos.
Atualmente, o indivíduo, sujeito ao imediatismo, ao consumismo e ao individualismo desenfreado, no entanto como preparar a pessoa para esses descaminhos? O que a educação pode fazer pela pessoa? O que devemos cultivar como valores? Que sementes devem ser plantadas para que a pessoa seja mais humana e não desumana?
Onde teria ocorrido tamanha falha na formação daqueles homens que se prestou a tanta crueldade? Na sociedade? Na família? Na escola? Nesse conjunto social?
Já as escolas, cada vez mais se assemelham a prisões, prédios mal planejados, danificados, grades por toda parte, frieza de concreto, salas abafadas e lotadas de alunos. Será que esse ambiente propicia o despertar da sensibilidade e da criatividade para uma aprendizagem transformadora?
É preciso repensar a escola urgentemente. Adorno nunca foi tão atual, retomar esse assunto é fundamental para evitar “minis-auschwitzes” nacionais. No nosso cotidiano, deixam-me perplexa —como disse no início— as brigas, os ódios, a falta de discernimento, a ausência da capacidade de análise crítica, a perda do diálogo.
Falar de Auschwitz e desse cotidiano de dor a que devemos resistir, não para ingenuamente comparar o antes e o agora e concluir se já foi pior, nem para dizer que é igual, trata-se de crimes contra a humanidade, trata-se de tentativas de eliminar o diferente.
Educar contra a barbárie significa recuperar a história e as histórias guardadas e esquecidas, estabelecendo uma outra relação com a tradição; significa colocar o presente numa situação crítica e compreender que o passado não precisaria ter sido o que foi o presente pode ser diferente do que é e que, portanto, é possível mudar o futuro.
Por vezes é também muito difícil para nós acreditarmos no que vemos e vivemos, é difícil acreditar que a barbárie é presente e que é urgente educar contra ela, o que nos impõe em primeiro lugar a necessidade de aceitação do outro. Reconhecimento da opressão, capacidade de resistência e utopia de uma sociedade justa e sem discriminação de nenhuma espécie, sem exclusão,...

Um comentário:

Simone Bicca Charczuk disse...

Oi Roseli, muito bem construído esse teu texto, com reflexões bem embasadas para refletirmos. Para enriquecê-lo ainda mais seria interessante que pudesses incluir uma reflexão de como vens trabalhando com os teus alunos tendo em vista proporcionar uma educação mais solidária e menos discriminatória. Abração, Sibicca