segunda-feira, 2 de novembro de 2009

O menino selvagem

Na cena inicial que descreve uma camponesa colhendo bagas na floresta. Ouve um barulho nos arbustos e imagina um animal estranho, quando é um ser humano. Um menino que andava como um animal quadrúpede, subia nas árvores, comia o que encontrava na floresta, coçava a cabeça e o corpo como os animais, tinha um olhar vago, por isso despertou a curiosidade da camponesa que voltou com alguns homens e cães farejadores para encontrar este “animal”, para a surpresa de todos um menino selvagem que fora abandonado e esfaqueado pelos pais por ser anormal. Para Itard é uma criança que teve o infortúnio de sobreviver na floresta em isolamento total e, apenas como resultado desse isolamento, em que supunha ter sido abandonado por ser filho ilegítimo e por isso um estorvo.
Itard compreende que se trata de uma situação excepcional: um jovem privado de educação por ter vivido afastado dos indivíduos da sua espécie.
Quando diagnosticada sua surdez, o professor decide cuidar do mesmo e determinar o seu grau de inteligência, pois o menino era um objeto de curiosidade na sociedade, mas também sofria com a discriminação e a violência.
Na casa do professor Itard, a governanta recebe a criança com muito carinho, cuidando de suas necessidades físicas e afetivas. Dá um trato no menino, cortando-lhe as unhas, o cabelo, veste-o e, seguindo o conselho do professor, vai sempre falando com ele, mesmo que ele não a compreendesse era necessário falar-lhe o máximo possível. Já, Itard, dedica-se à tarefa de educação do menino e desenvolver estudos a partir de suas observações.
Dão-lhe o nome de Victor, ensinam-lhe tudo: colocar suas roupas, andar, comer usando prato e talheres, beber água no copo,..., enfim torná-lo civilizado.
Itard, afirmava que Victor podia ser treinado para ouvir palavras, assim desenvolveu o seu trabalho com o menino, por meio da memorização de objetos e palavras, como aconteceu no filme “Seu nome é Jonas”, em que buscavam memorizar os princípios fonéticos, o que não tinha significado algum para Jonas.
Entendo que Victor agia de forma mecanizada sem dar sentido às assimilações entre objetos e palavras, pois não consegue comunicar-se com as pessoas.
O professor incansável vai ampliando o grau de complexidade em suas atividade na tentativa de ensinar Victor, que por vezes saturado da repetição, recusava-se a continuar, então se jogava no chão, derrubava o que tinha em mãos, irritado como forma de não corresponder ao processo de aprendizagem. Assim o professor colocou-o de castigo, como forma de penalizá-lo por seu fracasso. No entanto, repensando sua atitude, Itard tira-o do castigo e o acalma, uma das poucas demonstrações de afeto do professor com Victor.
Conseguindo levar adiante suas experiências, Itard amplia o grau de dificuldade das atividades, mas sob meu ponto de vista não tem sucesso quanto ao processo de aprendizagem, pois são atividades mecanizadas, repetitivas que não contribuem para para o desenvolvimento e a comunicação de Victor, exceto pelo momento em que vão fazer a visita e o menino volta para buscar as letras que formavam a palavra leite, pois era algo de seu interesse, diferentemente dos demais objetos trabalhados nas tentativas de ensino e aprendizagem.

Um comentário:

Simone Bicca Charczuk disse...

Oi Rose!! Trazes vários aspectos do filme interessantes para pensarmos sobre a educação do menino. O que o filme te fez pensar? Abração!!