domingo, 26 de setembro de 2010

Aprendizagens e integração das aprendizagens no terceiro semestre

O trabalho interdisciplinar visa a integração das disciplinas, pois através de pequenas ligações que se faz pode-se criar muito. Até mesmo na sala de aula em que no horário de brincar os alunos brincam de casinha ou escolinha, improvisando situações de seu cotidiano, expressando-se livremente.
A realização de atividades neste semestre proporcionaram desenvolver habilidades como: a representação e a comunicação (o fazer artístico), a investigação e a compreensão (apreciação e crítica à Arte) e a contextualização sociocultural (compreensão da História da Arte).
As experiências vivenciadas foram muito significativas pois as crianças permitiram-se brincar e aprender, com ou sem talento desenvolveram capacidades e potencialidades agindo de modo espontâneo.
Assim como no teatro, a literatura infantil nos move para um “mundo do faz de conta”, pois na simples ação de contar e ouvir histórias já nos encanta e dá asas à imaginação.
Para contar histórias não precisamos de grandiosos recursos e sim envolver os alunos no mundo da literatura infantil. Podemos despertar emoções, bem como compreender dilemas do cotidiano de nossos alunos.
A ludicidade tão presente em nossas aulas, pois o brincar se faz necessário. Neste brincar as crianças usam os brinquedos que foram trazidos por elas, como também há jogos que foram confeccionados pela professora para estimular a inteligência, a percepção visual e auditiva dos alunos, atenção e gosto por desafios para a aprendizagem por meio de jogos e brinquedos.
A ludicidade evidencia que as crianças, ao brincar, são livres para criar, comunicar-se, aprender e vivenciar situações imaginárias. O brinquedo pode satisfazer a criança se o resultado for interessante, como também pode ser um meio para mudanças, baseado em motivações, tendências e incentivos.
É importante ressaltar que as crianças gostam muito de desenhar, cantar, brincar de escolinha ou de casinha, contar e criar histórias, estão numa fase muito propícia para desenvolver talentos, quem sabe destas turmas teremos no futuro grandes artistas.
Com vistas à integração das atividades acredito que a interdisciplina de Escola, Projeto Pedagógico e Currículo contribuiu para que eu refletisse meu fazer, bem como meus alunos aprendem, do interesse no que lhes ensino, que valores estou lhes transmitindo.
Através das atividades desenvolvidas construímos o saber, bem como as revisões, os desafios, as auto-avaliações e os questionamentos, constatam as aprendizagens.
O fazer e o aprender são duas ações muito presentes em nosso cotidiano, pois estamos sempre buscando aprender para melhor fazer na sala de aula. Repensar posturas, metodologias e atitudes para fazer o melhor em prol do aluno são aspectos que nos fazem aprender mais no dia-a-dia, visando uma prática reflexiva e crítica.

Tecnologias da informação e comunicação no apoio às interdisciplinas do Eixo 3

O uso das tecnologias foi muito importante neste semestre, tanto na prática pedagógica quanto para a realização dos trabalhos das interdisciplinas, pois para estas necessitamos nos comunicar para realização de trabalhos em grupo, inserir imagens para detalhar, enriquecer e documentar o trabalho na prática pedagógica.
Já na prática pedagógica as tecnologias digitais foram fundamentais. Assistir o filme Happy Feet para iniciar o trabalho da interdisciplina de Música, o filme “Cinderela” para comparar à história do livro trabalhado na interdisciplina de Literatura. O uso do computador com os alunos para reproduzir textos em PowerPoint, como “O Natal do valente Assis”, a coleção de histórias “Orquestra dos Animais”, sendo que na escola não tínhamos laboratório de informática então levei o note book para que os alunos pudessem melhor compreender a história de Assis Valente e as histórias sobre música reproduzidas em média player, bem como o uso de rádio cd para ouvir a música trabalhada na interdisciplina de Música, “Boas Festas”, interpretada por Simone.
O uso de imagens para documentar os diversos trabalhos das interdisciplinas surgiu como um empecilho, pois a internet era muito lenta e não completava a geração dos arquivos no webfólio. O primeiro empecilho surgiu quando quis inserir as imagens do livro “Cinderela” juntamente com as questões que tínhamos a responder, consegui inserir as imagens no Word, no entanto ao transmitir o arquivo ele não concluía a geração do arquivo.
Na busca de alternativas comecei a bisbilhotar o Picasa, um aplicativo disponível em nossa conta no Google. Realizei o download deste aplicativo e quando o executei logo localizou as imagens em meu computador, classificando-as e organizando-as em álbuns que também tenho no computador. Sempre que abro o Picasa, ele localiza e atualiza todas imagens que tenho no computador, as quais posso utilizar e publicar no Picasaweb.
O Picasaweb é o aplicativo disponível na internet, onde eu disponibilizo as imagens que quero tornar públicas para meus trabalhos da faculdade. Desta forma passei a inserir links no webfólio para publicar minhas imagens utilizadas no variados trabalhos das interdisciplinas. Esta foi uma das ferramentas que se tornara fundamental para a idealização e documentação de meus trabalhos neste semestre.
As tecnologias digitais facilitam as antigas práticas de representar a realidade e de ver o mundo, isto é, de observar, registrar o processo de observação, construir e editar audiovisuais, que acredito darem muito trabalho no passado. Hoje entra em um aplicativo, este só necessita de seus comandos e executa-os.
Muitas vezes “apanho” das tecnologias digitais, mas estas são facilitadoras no processo de "modernização", isto é, de fazer as mesmas coisas recorrendo a outros meios. As tecnologias digitais constituem instrumentação mais aperfeiçoada de investigação, facilmente disponíveis, acessíveis, em termos, pois às vezes por mais próximas que estas estejam, nos são inacessíveis, porque não saber utilizá-las, por ter medo de estragar ou por terem um custo alto e que não está ao alcance.

Práticas pedagógicas a partir das aprendizagens do curso PEAD UFRGS no Semestre III

As práticas pedagógicas desenvolvidas em sala de aula evidenciam a construção da aprendizagem. As aprendizagens neste semestre estiveram voltadas para a música, o teatro, artes visuais, ludicidade e literatura infantil
Visto que a prática pedagógica é voltada para o que aprendo no curso edificando o conhecimento, pois nada melhor do que aprender e poder colocar em prática novas experiências.
Um marco neste semestre fora as atividades preparadas para desenvolver o Projeto de Música. Este trabalho estruturou-se por etapas e fora desenvolvido em turmas de primeiro ano, crianças na faixa etária de seis e sete anos, crianças muito ativos, que deliciam-se com as atividades propostas, bem como participam com muito interesse e preocupam-se em ter bons resultados.
Pude perceber que se somos estimulados e/ou estimulamos nossos alunos, podemos criar projetos simples, mas muito ricos. Também, nós, professores, podemos influenciar as preferências musicais de nossos alunos, levando-os a conhecer a história do compositor e a interpretar a música, proporcionando aos alunos desenvolver o senso crítico capaz de afastá-los do lixo auditivo ao qual estamos submetidos diariamente.
O projeto contemplou a sensibilidade dos alunos para a linguagem artística, onde os mesmos procuravam aperfeiçoar e melhorar seu desempenho na música, seja cantando ou tocando um instrumento.
Trabalhar a história de compositores favorece a estruturação do projeto, dando assim significado à música, bem como estaremos construindo conhecimento.
A expressão de sentimentos e a espontaneidade das crianças são visíveis, sendo ações naturais propiciando às crianças momentos agradáveis, como nos diz Leda Maffioletti (1992): “...quando na vida precisarmos legitimar nossas lembranças para fortalecer nossas esperanças...”

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Relações entre Metodologias e Teorias Psicológicas no Eixo 2

Até os anos de 1980, considerava-se que uma criança só poderia ler ou escrever se fosse treinada em uma metodologia de ensino do alfabeto. Depois dessa época, a aprendizagem da leitura e escrita passou a ser vista, como um processo de construção de conhecimento, baseados em dois métodos de alfabetização.
O método de alfabetização sintético, que vai das partes (grafema, fonema) para o todo (palavra, frase, texto). O método sintético divide-se em método fônico em o aluno deve associar os sons que emite ao falar (fonemas) às letras que aprende a grafar (grafemas), já no método silábico o aluno memoriza as famílias silábicas para formar palavras com elas, depois frases, depois textos, geralmente utilizando uma cartilha onde as sílabas e as palavras são apresentadas numa sequência escolhida de tal maneira que os alunos não confundam letras de forma ou sons parecidos.
As palavras, frases e textos utilizados destinam-se à memorização, considerada o fundamento dos processos de aprendizagem, entendida como um processo no qual o aluno recebe, de forma passiva, informações que nele são colocadas de fora para dentro, assim como no estudo teórico psicológico do Behaviorismo, em que Skinner baseia-se na ideia de que o aprendizado ocorre em função de mudança de comportamento manifesto. Essas mudanças são resultado de uma resposta individual a estímulos que ocorrem no meio, emite respostas devido a um estímulo externo.
O método de alfabetização analítico que parte do todo (palavra, frase, texto) para as partes (sílabas, grafemas, fonemas), propõem que o aluno reconheça globalmente o que lê antes de reconhecer as partes que compõem as palavras, as frases, os textos, a partir de uma construção ativa do saber pelo aluno. O aluno é visto como aprendiz ativo, e seu interesse pelo conhecimento ou necessidade que sente dele são impulsos à aprendizagem.
A teoria psicológica da Gestalt é voltada para aprendizagem num todo, no qual a aprendizagem é construída partir da percepção, explicada como um insight, organizando os estímulos para facilitar o processo perceptivo, é como muitas vezes dizemos “falta dar o estalo”. A Gestalt estuda os comportamentos como um todo, desconsiderando as condições externas e focando as condições internas configurando estímulos, percebendo relações e estruturas, resultando na totalidade.
Sob o aspecto de desconsiderar as condições externas já contradiz a aprendizagem num todo, pois entendo que o método de alfabetização analítico considera as condições externas, a leitura de mundo que o aluno tem, sua bagagem histórico-cultural, como na concepção sociointeracionista, em que o processo de apropriação da leitura e escrita se dá primeiro nas interações sociais, para depois ser internalizado pelo aluno, assim percebo o processo de construção da leitura e da escrita, sendo visto como um ato criador. Segundo Paulo Freire:

“...a que os alfabetizandos devem comparecer como sujeitos, capazes de conhecer e não como puras incidências do trabalho docente dos alfabetizadores. (...)insisti sempre na crítica aos ba be bi bo bu, à memorização mecânica das letras e sílabas, aos Eva viu a uva; à ênfase jamais esmaecida que chamei a atenção dos educadores para a necessidade de alfabetizandos se exporem à substantividade misteriosa da linguagem, à boniteza de sua própria fala, rica de metáforas” (FREIRE, 2000: 87/88).

Atualmente a escola em que trabalho utiliza a metodologia fônica: o Programa de Alfabetização Alfa e Beto. O processo de escolha, em 2008, aconteceu quando a Coordenadoria nos chamou para uma reunião em foram apresentados os programas Alfa e Beto, Instituto Ayrton Senna e Geempa. Sempre tive curiosidade pelo método fônico, mas não tinha amparo para fazer uso do mesmo em sala de aula. Feita a opção, iniciamos o ano letivo de 2009 com cursos de capacitação para nos apropriarmos da metodologia, por sinal bastante complexa.
O programa tem uma proposta bem voltada à leitura e à escrita. Mas contempla atividades que vem dar amparo ao professor, bem como os testes trazem atividades diversas de noções gerais que necessárias aos alunos. No entanto não é uma metodologia que se compare a projetos integradores, tem alguns aspectos que por vezes acho bem grosseiros, como textos que não tem nexo. Já com base nos resultados finais de 2010, a metodologia é eficiente, faz com que os alunos aprendam por meio dos sons das letras para uma leitura fluente.
No entanto, mesmo que fazendo uso de uma metodologia pronta, procuro desenvolver outras arquiteturas pedagógicas em sala de aula como aprendizagem por projetos e projetos de aprendizagem.

Aprendizagens no segundo semestre

O segundo semestre fora de muitas descobertas e desafios, pois fora meu primeiro semestre de aula. Neste tivemos aulas intensivas para trabalhar com as tecnologias digitais e mídias, pbworks, blog, bem como a recuperação das disciplinas do primeiro semestre. Voltado a escolarização, a infância, a alfabetização e a psicologia.
O processo de escolarização e a infância são fundamentais em nossa vida. Hoje, professora do 1° ano percebo uma grande diferença desta série para a 1ª série, com a qual trabalhei até final de 2006. Este ano noto os pais mais comprometidos, tanto em auxiliar as crianças, bem como acompanhar seu desenvolvimento. Já quando chegavam à 1ª série percebia o afastamento dos pais, sendo que nesta aprendiam a ler e escrever, em que alguns pais só descobriam que seu filho estava lendo na entrega de boletins.
Na escola há grande diversidade, pois cada criança tem seus anseios, desejos, ideais, angústias, traumas ou lapsos para lidar com seu id, ego e superego, sendo o professor o meio-campo, o apaziguador e mediador da situação. Já a sala de aula é o espaço de interação, apropriação e formação de cidadãos. Cada ser é único, no entanto cada criança reconhece sua imagem, se substituída a estrutura edipiana, para partir à sua identificação.
Assim diversos aspectos fundamentam o comportamento humano, da sua relação com as pessoas e a adaptação à realidade, onde ressalto a importância do apoio familiar, pois a identidade da criança não se formará somente na escola, nem tão somente para a escola, mas sim para a sua vida em família, em sociedade, para o mundo que a rodeia.
O papel do professor é fundamental no exercício educativo, apresentando o discernimento, regras e limites para trabalhar o superego, contribuindo assim para a formação da consciência moral, do caráter, bem como dos valores morais, sociais, afetivos e éticos. Nessa concepção com certeza o professor estará interagindo para a formação de indivíduos capazes, inteligentes, críticos, de identificação bem-sucedida cognitiva e afetivamente. O professor é o mediador entre seus alunos, busca equilíbrio no convívio com os alunos.
Conforme Kupfer: "Aprender é aprender com alguém" (1992, p. 84), pois a presença de um professor, colocado numa determinada posição, pode ou não propiciar a aprendizagem. A transferência se produz quando o desejo de saber do aluno prende-se a um elemento particular, que é a pessoa do professor.
Trabalhando com o primeiro ano, série em que inicia-se o processo de alfabetização misturam-se os métodos analítico e sintético. O método de alfabetização analítico parte do todo (palavra, frase, texto) para as partes (sílabas, grafemas, fonemas). Privilegiam os processos de construção de sentido da leitura e da escrita, propõem que o aprendiz reconheça globalmente o que lê antes de reconhecer as partes que compõem as palavras, as frases, os textos.
A partir de 1980, a alfabetização passou a ser vista como construção ativa de um saber pelo aprendiz, ou seja, a escrita e a leitura produzida fora da escola em seus usos sociais cotidianos, assim o aluno é visto como aprendiz ativo, e seu interesse pelo conhecimento ou necessidade que sente dele são impulsos à aprendizagem.
O método de alfabetização sintético parte das letras para as sílabas, seguindo para as palavras, depois para as frases e textos, isto é, vão das partes (grafema, fonema) para o todo (palavra, frase, texto). Privilegiam os processos de decodificação, partindo do princípio de que a língua é um código e que para aprendê-la é preciso decodificá-la. O aluno é isolado de textos que circulam fora da escola e só pode ter contato com textos escolares, produzidos para o aprendizado. As palavras, frases e textos utilizados destinam-se à memorização, considerada o fundamento dos processos de aprendizagem, entendida como um processo no qual o aluno recebe, de forma passiva, informações que nele são colocadas de fora para dentro. Atualmente esta é a metodologia que utilizamos na escola, o método fônico, baseado no Programa de Alfabetização Alfa e Beto.
Este semestre fora muito prazeroso e familiar no que diz respeito à infância, escolarização e alfabetização, bem como compreender melhor as fases de desenvolvimento pelas quais as crianças passam. Os mecanismos de defesa que podem acarretar em dificuldades na formação da personalidade trabalhados no decorrer do semestre possibilitam melhor entendimento do que se passa com os alunos.
Acredito que fechei o semestre com grandes conquistas, pois o medo e as dificuldades no uso das tecnologias e mídias digitais foram vencidos, sem contar que fazer bom uso do tempo também foi muito importante.