A metodologia da alfabetização de adultos, normalmente levados por uma sistematização, a leitura mecânica do chamado Método Paulo Freire, educadores de adultos tem aceito o desafio simplista de escolhidas determinadas palavras ligadas à realidade do educando, desenvolver processos de discussão e/ou aprendizagem que impliquem simplesmente na decodificação de tais palavras e na sua silabação, visando à construção de novas palavras. Tais movimentos, além de se tornarem mecânicos (como se o processo de alfabetização fosse um caminho linear de incorporação de novas sílabas ao universo de aprendizagem do educando), acabam não considerando a experiência acumulada por este educando e suas hipóteses à respeito de como tal processo de escolarização se realiza.
Ao conceber o homem como ser de vocação ontológica para ser sujeito, como um ser de relações atuando na realidade, já se antecipa que, para Paulo Freire, o processo de aprendizagem é dinâmico e ativo. Quando aceitamos que o homem seja sujeito na compreensão do mundo, aceitamos que também o seja na construção do seu conhecimento sobre a escrita, uma parcela do conhecimento social.
Paulo Freire entende alfabetização como um ato de conhecimento, no qual "aprender a ler e escrever já não é, pois, memorizar sílabas, palavras ou frases, mas refletir criticamente sobre o próprio processo de ler e escrever e sobre o profundo significado da linguagem".
Vemos claramente como para ele aprendizagem da leitura e escrita se coloca como um processo. O trecho seguinte esclarece a relação do alfabetizando com o conhecimento e o papel do alfabetizador:
Ao conceber o homem como ser de vocação ontológica para ser sujeito, como um ser de relações atuando na realidade, já se antecipa que, para Paulo Freire, o processo de aprendizagem é dinâmico e ativo. Quando aceitamos que o homem seja sujeito na compreensão do mundo, aceitamos que também o seja na construção do seu conhecimento sobre a escrita, uma parcela do conhecimento social.
Paulo Freire entende alfabetização como um ato de conhecimento, no qual "aprender a ler e escrever já não é, pois, memorizar sílabas, palavras ou frases, mas refletir criticamente sobre o próprio processo de ler e escrever e sobre o profundo significado da linguagem".
Vemos claramente como para ele aprendizagem da leitura e escrita se coloca como um processo. O trecho seguinte esclarece a relação do alfabetizando com o conhecimento e o papel do alfabetizador:
"... sempre vi a alfabetização de adultos como um ato político e um ato de conhecimento, por isso mesmo, como ato criador. Para mim, seria impossível engajarme num trabalho de memorização mecânica dos ba-be-bi-bo-bu, dos la-le-li-lo-lu. Daí que também não pudesse reduzir a alfabetização ao ensino puro da palavra, das sílabas ou das letras. Ensino em cujo processo o alfabetizador fosse 'enchendo' com suas palavras as cabeças supostamente 'vazias' dos
alfabetizandos. Pelo contrário, enquanto ato de conhecimento e ato criador, o processo da alfabetização tem, no alfabetizando, o seu sujeito. O fato de ele necessitar da ajuda do educador, como ocorre em qualquer relação pedagógica, não significa dever a ajuda do educador anular sua criatividade e a sua responsabilidade na construção de sua linguagem escrita e na leitura desta linguagem ."
A descoberta da estrutura silábica da palavra geradora, a composição das famílias silábicas e a criação de novas palavras, é absolutamente coerente com a colocação do alfabetizando como sujeito da construção do seu aprendizado. E mais ainda, ao escolher palavras de profundo significado para os sujeitos, estamos assegurando o envolvimento do educando com elas.
Um comentário:
Destacas aspectos importantes da proposta feireana para a alfabetização. Chegaste a te aproximar dessa abordagem quando trabalhaste na EJA? Abração!!
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