A realidade da educação é um grande desafio.
Se bem pensamos que é difícil no ensino fundamental, na EJA, muito mais, pois para um jovem ou adulto que já desistiu uma vez, não é difícil desistir a segunda, principalmente não havendo uma sintonia entre o educando, o professor e a escola.
O aluno desiste, sentindo-se acuado e com medo de fracassar opta por desistir. Outro fator é a questão da linguagem, pois para um aluno que já tem dificuldades em se expressar, em compreender as explicações do professor, quando cobrado com uma linguagem diferente da sua não compreende. Cabe ao professor fazer uso de vocabulário simples e claro que possibilite ao aluno da EJA o entendimento para a apropriação do conhecimento.
Conforme Freire e Giroux, no sentido de despertar adultos críticos, que vão muito além da leitura da palavra, mas sim da leitura de mundo na qual Freire tanto falava e que neste sentido os professores façam de seu ensino um “ato relacional”, onde ambos respeitem a história de cada um e que ambos sejam atores ativos de seus próprios mundos, unindo práticas alfabetizadoras entre a leitura do mundo e a leitura da palavra, tomando o diálogo igualitário como fator imprescindível no rompimento de muros antidialógicos. Assim sendo, eu pensava que ser amiga de meus alunos poderia prejudicar o andamento da turma, no entanto hoje vejo que desta forma os alunos não desistiram.
Na EJA há fatores que diferem os alunos em função de contextos sociais e culturais nos quais os alunos estão inseridos, onde acredito que há influência de fatores psicológicos, sociais e econômicos.
Na EJA, cada aluno é um foco de competência, pois dentro de suas aptidões e/ou limitações consegue avançar, claro que são fatores bem complexos quando há grande diversidade nesta turma: alunos jovens, alunos adultos, alunos idosos, alunos analfabetos, alunos com facilidades na aprendizagem, alunos com extremas dificuldades de aprendizagem. No entanto cabe ao professor compreender e atender a cada um, superando as barreiras e construindo junto aos alunos habilidades necessárias para a próxima série.
Outro aspecto importante que ressalto no sétimo semestre foram as representações de leitura, escrita e oralidade, que construídas a partir de práticas culturais e estruturas sociais enquadram-se com as demandas e necessidades da escola. As relações entre a fala e a escrita exigem que se coloque a leitura entre a escrita e a fala, de modo que, abordar uma, sem considerar a outra, apresenta-se para nós, como uma tarefa que não conseguiríamos levar adiante, pois a leitura é uma atividade mental mediadora dessa relação.
No entanto, alfabetização deve ser pensada como um processo que vai muito além de técnicas de transcrição da linguagem oral para a linguagem escrita. Não basta apenas codificar e decodificar signos: é preciso letrar; pensar na perspectiva de alfabetizar letrando, ou seja: ensinar a ler e a escrever no contexto das práticas sociais da leitura e da escrita, de forma que a criança ou o adulto possa se tornar ao mesmo tempo alfabetizado e letrado.
Assim pensando o planejamento é um elemento facilitador no processo ensino aprendizagem, no qual o professor estrutura elementos para ensinar e aprender, bem como suscitará em elaborar, vivenciar e acompanhar a aprendizagem dos alunos contribuindo para a formação de cidadãos, buscando refletir:
• O que os alunos já sabem
• o que é significativo que aprendam
• as expectativas de aprendizagem apresentadas
• o que precisam aprender
• se a metodologia usada é adequada para a aprendizagem
• se há equilíbrio na avaliação
• se ao avaliar o aluno o professor considera na sua totalidade
Tendo em vista uma aprendizagem significativa, o professor assume o papel de orientador no processo de avaliação, em que deve criar condições para que o aluno analisar seu contexto e produzir cultura num processo participativo com diálogo e cooperação. O professor deve ser facilitador da aprendizagem, não um transmissor de conhecimentos, precisa criar condições para que o aluno aprenda.
O professor deve criar suas próprias estratégias de ensino e usar de sua capacidade e criatividade para a avaliação, é importante ter um estilo próprio para facilitar a aprendizagem dos alunos contribuindo para o sucesso no processo de avaliação.
É preciso mediar e compreender um processo educativo, pois acredito que acontece por meio da ação-reflexão na busca constante do conhecimento.
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