terça-feira, 18 de novembro de 2008

Desigualdades educativas

Sou professora concursada pelas redes municipal e estadual, em que...
Sapiranga tem investido muito para melhorar a qualidade na educação, reconhecida nacionalmente pelo bom desempenho na educação básica, tem atraído um grande número de alunos para a rede municipal. Justamente por investir e contribuir no incremento da educação básica, desde a reforma das escolas, construção de ginásios, investimentos em laboratórios de informática, enfim adequação do espaço físico para melhor atender ao educando. Houve também especial atenção ao docente, desde uma melhor remuneração, ajuda de custo na graduação e a permanente oferta da formação continuada.

A rede estadual de ensino está cada vez mais precária, pois se percebe a degradação desta. Escolas estaduais que há vinte anos eram referenciais de qualidade e modelo no ensino, onde não haviam vagas suficientes para atender alunos da cidade e arredores, hoje estão decadentes, são turmas fechadas, salas especializadas estão às traças, viraram num monte de sucata. Deveriam-se atacar as desigualdades educativas estruturais, de forma a melhor a estrutura e os apoios políticos do setor público para torná-los comparáveis aos da rede particular, já em Sapiranga, inclusive com a rede municipal.
A questão é a insuficiência dos recursos para a educação pública. Está certo que propor o aumento das despesas para a educação pública pode parecer provocador para certos economistas, na medida em que o período atual é caracterizado pela adoção, de modo religioso, de restrições orçamentárias. Ora, se observarmos que o governo federal gastou vários bilhões de dólares para sustentar bancos privados ou a paridade da moeda nacional com o dólar, podemos nos surpreender com o fato dele não encontrar os financiamentos necessários para a educação pública.

Sou professora concursada nas redes municipal e estadual , em Sapiranga, onde são muito claras a decadência da rede estadual e ascensão da rede municipal. Refletir nossas práticas, que deveriam ser voltadas para formação do indivíduo como um todo, levando-o a se transformar em um ser crítico e atuante na sociedade, visando a sua melhoria na condição de cidadão dentro do contexto social. A educação é um dos meios para melhorar a sociedade e torná-la mais igualitária e justa, mas é preciso organizar melhor a família, o trabalho, o lazer,... Ensinando o respeito para todos que formam a nossa sociedade brasileira.

As desigualdades ocorrem por haver discriminação, por exemplo nas cotas para afro descendentes, não são as soluções ideais para os anos de descaso e exclusão, mas são possibilidades de acesso. Não podemos negar as diferenças, não sejamos utópicos, são muitos anos de discriminação, em que houve falta de igualdade. Num determinado momento, pode-se dar o incentivo inicial para que, a auto-estima e os olhares se tornem mais igualitários. Até porque, afro descendentes, pobres, deficientes, não contavam com as políticas públicas voltadas para inclusão social, já é um pequeno começo, um resgate histórico, juntamente com os subsídios aos alunos das escolas públicas de baixa renda. O acesso à cidadania não é possível sem resolver o problema de acesso, permanência e finalização da escolaridade dos excluídos.

Luis Inácio Lula da Silva, presidente do Brasil, disse: "Não há democracia política que resista a tão dramáticas diferenças sociais. O agravamento das desigualdades é um convite às soluções de força." Com relação à democracia, penso que iniciamos uma caminhada neste ano, pois fomos convocamos para uma reunião, na rede estadual de ensino, para trazer a nosso conhecimento e opção uma metodologia de aprendizagem no ensino direcionado aos primeiros e segundos anos do ensino fundamental de nove anos, isto é notável! É a primeira vez, em onze anos, desde que trabalho no estado que nos são ofertadas metodologias e capacitações docentes. Acredito que desta forma a educação, na rede estadual, entra num novo processo de investimentos, na busca de melhor qualidade na educação, bem como na capacitação continuada do professor, esta que estava ao descaso. Qual medida democrática requer soluções de força e assim sendo será realmente democracia?

É como nos diz Fernando Sabino: "Democracia é oportunizar a todos o mesmo ponto de partida. Quanto ao ponto de chegada, depende de cada um."

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