segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Projeto Político Pedagógico

Ao instituir o PPP como espaço para a construção de uma escola pública democrática, a LDB não revogou a necessidade de regulamentar, isso é, de traduzir em normas específicas os caminhos a serem seguidos para a conquista dos ideais democraticamente estabelecidos e em nome do direito à educação.
Assim, em continuidade ao que ficou definido no PPP como referencial de: escola desejada, papel dos diferentes segmentos escolares, conhecimento, currículo, avaliação,...., em outras palavras... O documento que representa idéias, objetivos, metas, seqüência de ações que irão orientar toda a ação pedagógica da escola.
Todo programa pedagógico, todo currículo, todo método pedagógico tem uma
dimensão política. Tem como funções identificar, politizar, inovar, articular e avaliar
Por trás do que às vezes parece ser uma escolha técnica, operam valores éticos e políticos, uma certa representação do ser humano, da sociedade, das relações que cada um deve manter com o mundo, com outros, consigo mesmo. Um projeto pedagógico não é apenas um programa de ações, de organização, de gestão, mas remete a valores fundamentais, o primeiro remete à organização, ao programa, à gestão; o segundo remete a valores, a um projeto de homem e de sociedade.
Um projeto pedagógico apresenta uma dimensão específica: é o projeto político que é aplicado às crianças e aos adolescentes, sua educação em escolas. Um projeto político define a organização de uma sociedade, ou de um grupo humano, em todos os seus componentes: a economia, o trabalho, as trocas de bens e serviços, a assistência social, a cultura, a educação, etc.
O projeto pedagógico e o projeto político devem ter credibilidade, de modo a transformar a realidade da escola e operar conforme um projeto real com base no discurso que ela sustenta, operando conforme os valores, inclusive valores políticos.
Um ato pedagógico é um ato, uma prática, uma situação, um contexto, com coisas que são possíveis e outras que se gostaria de fazer, mas que não são possíveis. A realidade da escola é o que ela desejaria fazer, mas é também o que ela faz.
O que os alunos aprendem verdadeiramente, e não apenas aquilo que os programas e currículos oficiais definem como o que deve ser ensinado, dentro da divisão real do poder e de responsabilidades, em cada escola.
A situação real da educação e das escolas é marcada por fortes contradições, que levam freqüentemente à existência de um grande fosso entre o discurso político que sustentam e as práticas efetivas, gerando contradições. Nessas contradições é preciso trabalhar para transformar verdadeiramente a escola, a sociedade, o mundo:
Primeira questão, para o político:
O que significam especificamente os princípios políticos de defendo? Que conseqüências têm em termos de construção de escolas, de equipamento, de financiamento, de formação e de salário dos professores, de definição de programas e de currículos, de condições de estudo e de avaliação dos alunos? Que programa de ações (pensado no tempo, com suas prioridades e seu financiamento) é preciso pôr em prática para realizar o projeto político, em sua forma pedagógica?
Segunda questão, ara os diretores de escola e para professores:
O que significam politicamente as ações pedagógicas? Dar continuidade a elas, mesmo quando alguns alunos não as compreendem, é democrático, é congruente com as escolhas políticas? Existe modelo de cidadão em uma democracia?
A consciência dos valores e a capacidade de defendê-los, bem como a capacidade de enfrentar as contradições para inserir valores na realidade social. Transformar a realidade, para transformar a escola, à luz de valores para construir uma escola democrática, para um mundo mais justo e mais solidário.

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