O professor William, percebendo que apesar de alguns poucos avanços, não consegue mudar o caráter do aluno, entra em conflito interno sobre o que são vitórias e derrotas. O conflito se torna mais profundo quando se decepciona, ao perceber que, mesmo entre os mestres da escola, a “esperteza” se sobrepõe à integridade de caráter e à honestidade. Quando chega sua chance de ascender ao cargo máximo, ser diretor, a escolha recai sobre alguém bem mais jovem que ele e que tinha como principal habilidade conseguir dinheiro para sustentar o colégio. Aqui se reforça a ideia de poder frente à competência, onde o interesse financeiro é o que rege.
Percebendo seu erro, o professor se despe de qualquer orgulho e se desculpa com o aluno, do qual tirou a vaga de participar do concurso, e com a educação inteligente que teve, este aceita as desculpas. Outra forma que o professor encontrou de corrigir seus erros fora de dar ao concorrente uma pergunta que não seria capaz de responder.
O fato é que mesmo com inúmeras decepções o professor volta a ensinar, com o mesmo amor e entusiasmo dos velhos tempos, partindo da premissa que não incorrerá no mesmo erro novamente.
Gostei muito do filme, pois sendo professora, vejo que vivemos da esperança de desenvolver o bom caráter de um aluno e da convicção de que o caráter de um aluno pode mudar seu destino. Assim como a frase citada no filme "A sorte está lançada.", onde o educador se prolonga e se imortaliza nas muitas vidas por ele conduzidas no caminho da aprendizagem.
O filme mostra sutilmente que alunos medíocres sempre existirão, afinal, joio e trigo se misturam facilmente, porém, a fé na educação deve permanecer. Em todo empreendimento de sucesso há uma pequena margem de fracasso. Como a citação de Aristófanes, lembrada no filme: "A juventude envelhece, a imaturidade é superada, a ignorância pode ser educada e a embriaguez passa, mas a estupidez dura para sempre."
Um comentário:
Oi Rose, interessante os comentários que tece sobre o filme. Seria legal que pudesses fazer também uma reflexão sobre situações semelhantes que acontecem na tua vida de educadora. Como procuras agir na formação subjetiva dos teus alunos? Como eles demonstram ou te dão retorno dessas tuas ações? Abração, Sibicca
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