Ao longo de nossa história, na qual a colonização se fez presente, a escravidão e o autoritarismo contribuíram para o sentimento de inferioridade do negro brasileiro. A ideologia da degenerescência do mestiço, o ideal de branqueamento e o mito da democracia racial foram os mecanismos de dominação ideológica mais poderosos já produzidos no mundo, que permanecem ainda no imaginário social, o que dificulta a ascensão social do negro, pois este é visto como indolente e incapaz intelectualmente. No Brasil, os dados oficiais mostram que as desigualdades sociais são mais profundas à medida que as pessoas pobres não só são empobrecidas, mas são negras. O Brasil branco é 2,5 vezes mais rico que o Brasil negro. Nos últimos anos, as diferenças entre negros e brancos vêm se mantendo. Na educação, um branco de 25 anos tem, em média, mais do que o dobro de anos de estudo do que um negro da mesma idade.
Passados mais de trezentos anos, as comunidades negras e os quilombos são exemplos de resistência cultural e social do povo negro em meio ao conjunto da sociedade brasileira, ainda injusta e discriminadora.
Conforme o censo mais recente, quarenta e quatro por cento da população brasileira é afro-descendente, mas só cinco por cento das pessoas se declaram negras. Estes dados se tornam mais ainda espantosos quando sabemos que, da população brasileira mais empobrecida, sessenta e quatro por cento são pessoas negras. Analisando os dados estatísticos da escola pude perceber o quão há pessoas que não se aceitam, pois no fato de não declarar sua raça, estão omitindo suas raízes.
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